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BASQUETE - Editorial

NO TÚNEL DO TEMPO: BOLOGNA 08/01/2009

08/01/2015 10:05 h

         

Essa não é mais do que uma vã tentativa de querer ter você sempre comigo.

 

 

 

 

Estamos todos parados, em fila, aguardando que o semáforo abra e eu sinto falta do meu antigo “walkman”, que me fazia recordar as minhas músicas da juventude.

 Olho em volta e peguei um com o dedo no nariz...Fantástico!

 Depois, com a mesma mão, o cara dá uma ajeitada no cabelo... Romântico!

 Vejo lá fora os outdoors coloridos e reparo que nunca os percebi assim tão grandes.

  Noto um par de pernas maravilhosas que realçam um “diminuto” bikini estampado.

  Mais à frente anunciam detergentes inteligentíssimos, que falta pouco para que falem...

 E tem aquele que anuncia uma realidade virtual nunca dantes vivida.

  De repente, penso em você como um outdoor no meio de tantos outros...

  Sua infância, quando nasceu e eu, lendo o jornal na sala de espera, fazia finta de que não estava acontecendo nada, não estava sentindo nada.

 Por dentro morria só de pensar que alguma coisa errada pudesse lhe acontecer, mas a arrogância nunca me permitiu demonstrar o medo da perda (o que é um grande sinal de fraqueza).

 Afinal de contas, tinha jogo no outro dia e eu não poderia viver um sentimento de alegria tão puro (mais arrogância).

 As imagens do outdoor parecem ir e voltar no tempo...

 Deparo-me dentro de uma loja de brinquedos a lhe dizer que eu compraria tudo o que você, no alto dos seus três anos de idade, pudesse carregar.

 Rio ao me recordar da sua carinha de desespero por não poder ou não conseguir sair com a loja nos braços.

 Quanta alegria em ver você nascer, crescer, pular ondinhas na praia, aprender a fazer maquiagem, ficar brava porque seus coleguinhas de escola tiravam sarro por você ainda acreditar em Papai Noel.

 O semáforo continua fechado e o pessoal começa a ficar impaciente. Uma buzina me assusta. Um casal ouve funk a todo volume.

 Fecho os vidros e me concentro em Lo Borges e os outdoors.

 Novamente me volta você dentro de um grande anúncio de chicletes e eu me lembro da foto aí de cima.

 Fico contente por você estar tranqüila, apesar de tudo o que nos aconteceu no último ano.  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Tenho certeza que, com o passar dos anos, você perceberá que tudo tem um significado e que a vida nos ensina a sermos felizes sempre.

 Mesmo o que o agora possa parecer controverso, a explicação sempre virá e entenderemos que nada foi em vão.

 Finalmente o sinal se abriu e todos querem me passar.

 

 

Passem! Não me importo.

 Eu só queria lhe abraçar.

 Eu só queria lhe dizer que talvez eu pudesse ter sido um pai diferente...

 

 

Mais carinhoso, atencioso, e que tivesse dado mais atenção a uma menininha que cresceu e floresceu ao meu lado...

 Fico feliz por você procurar o seu caminho e viver sua vida de uma maneira que sempre desejei que fizesse,

 Mas eu amo você e ainda quero te levar passear na praia para pular ondinhas...

 Auguri!

 

 

 

 

 

 

 

Marcel de Souza
marcel@databasket.com
Administração

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